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Anfavea defende ‘avalanche de investimentos’ do governo à indústria de transporte

A Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil, defendeu nesta terça-feira, 10, que a indústria de transportes pode receber uma “avalanche de investimentos”, como não se vê desde a década de 1960, se o governo brasileiro implementar políticas de incentivo à introdução de tecnologias automotivas de baixa emissão de poluentes, como os carros elétricos ou movidos a biocombustível.

A Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil, defendeu nesta terça-feira, 10, que a indústria de transportes pode receber uma “avalanche de investimentos”, como não se vê desde a década de 1960, se o governo brasileiro implementar políticas de incentivo à introdução de tecnologias automotivas de baixa emissão de poluentes, como os carros elétricos ou movidos a biocombustível.

Entre indústria, tanto de automóveis, incluindo fornecedores, quanto de combustíveis, infraestrutura e nacionalização de equipamentos como baterias e, talvez, semicondutores hoje escassos e cuja demanda vai aumentar com os carros elétricos, serão necessários investimentos superiores a R$ 150 bilhões nos próximos 15 anos, conforme estimativa divulgada pela associação.

Se o objetivo for, de fato, evoluir a uma  de baixo carbono, o governo, defendeu a Anfavea, terá que participar desse investimento não apenas entrando em programas de instalação de postos de recarga onde os investimentos previstos são da ordem de R$ 14 bilhões, e garantindo a geração de energia, mas também aprimorando a coordenação das políticas em curso que visam reduzir a poluição atmosférica.

A mensagem foi transmitida durante apresentação de um estudo encomendado pela entidade à consultoria Boston Consulting Group (BCG) onde são traçados cenários em que a participação de carros com algum grau de eletrificação hoje apenas 1% do mercado varia de 32% a 62% das vendas totais até 2035.

Isso significa entre 1,3 milhão e 2,5 milhões de veículos, sendo que o volume mais baixo considera a possibilidade de a eletrificação acontecer apenas em categorias específicas, e o mais alto leva em conta um quadro no qual a evolução tecnológica se aproxima do ritmo dos mercados desenvolvidos que lideram a transição de motores.

“Não consigo imaginar que esse volume será atendido por importações. É impossível considerar essa hipótese, até porque destruiria a balança comercial. Nem o setor agrícola conseguiria pagar essa conta”, comentou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. “A indústria automotiva precisará entrar num novo ciclo de investimentos em toda a cadeia”, acrescentou o executivo.

A Anfavea convidou os ministérios da Economia, Meio Ambiente, Minas e Energia, Infraestrutura e Agricultura a acompanhar a apresentação, transmitida pelo Youtube, do estudo.

Durante o evento, dirigentes da entidade consideraram importantes, mas criticaram a falta de objetivos específicos e de interligação entre regulação das emissões veiculares com programas de incentivo ao desenvolvimento tecnológico e fontes de energia limpa, como os biocombustíveis.

O presidente da Anfavea defendeu ainda a discussão no Brasil sobre incentivos – como abatimento de preços garantido pelo governo e crédito tributário – dados em mercados que avançam mais rápido na eletrificação: Europa, Estados Unidos e China. “Temos que discutir isso aqui. Os consumidores, transportadores de cargas e passageiros precisam estar estimulados a investir nessas novas tecnologias.”

Descontos em pedágios e no IPVA, liberação do rodízio de placas na circulação em grandes centros urbanos, e taxas mais baratas de financiamento foram outros caminhos apontados para que as novas tecnologias não sejam acessíveis apenas a consumidores da elite social.

Fonte: Uol

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