Os dados, divulgados na terça-feira (12), são da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Rio Grande do Norte, o setor cresceu 2,3% em maio no comparativo com o mês de abril, e 11,5% em relação a maio do ano passado. No acumulado do ano, a alta é de 8,4% no Estado.
Na média global, no País, o volume de serviços prestados, em maio ante abril, teve avanços em todas as cinco atividades pesquisadas: transportes (0,9%), informação e comunicação (0,9%) outros serviços (3,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (1,9%).Em maio, os transportes passaram a operar 16,7% acima do nível pré-pandemia de covid-19, de fevereiro de 2020, enquanto os serviços prestados às famílias ainda estavam 7,0% abaixo.
Os serviços de informação e comunicação estão 12,4% acima do pré-pandemia, e o segmento de outros serviços está 1,0% além. Os serviços profissionais e administrativos estão 6,1% acima do patamar de fevereiro de 2020.
Os Serviços profissionais, administrativos e complementares estavam 16% abaixo do ápice de março de 2012, e o segmento de Outros serviços estava 12,7% abaixo do auge de janeiro de 2012. Os Transportes funcionavam em março em patamar 2,5% aquém do recorde visto em março de 2022.
Atividades turísticas
O agregado especial de Atividades turísticas cresceu 2,6% em maio ante abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta terça pelo IBGE. O segmento opera apenas 0,1% aquém do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.
Na passagem de abril para maio, quatro dos 12 locais pesquisados tiveram expansão: São Paulo (2,5%), Rio Grande do Sul (3,9%), Bahia (1,5%) e Ceará (2,3%). Na direção oposta, houve perdas relevantes no Rio de Janeiro (-2,8%), Goiás (-9,6%), Paraná (-4,4%) e Santa Catarina (-4,8%).
Na comparação com maio de 2021, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil teve alta de 45,6% em maio de 2022, 14ª taxa positiva seguida, impulsionada pelos ramos de transporte aéreo; restaurantes; hotéis; locação de automóveis; rodoviário coletivo de passageiros; serviços de bufê; e agências de viagens.
Transportes
O transporte de passageiros recuou 0,3% em maio ante abril, segundo os dados. O resultado fez o segmento o operar 0,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. O transporte de passageiros ainda está 22,0% inferior ao pico alcançado em fevereiro de 2014. Já o transporte de cargas teve crescimento de 1,8% em maio ante abril, operando 25,9% acima do pré-pandemia. O indicador de transporte de cargas funcionava em maio em patamar recorde, alcançando o ponto mais alto da série.
As séries históricas do transporte de cargas e passageiros têm início em janeiro de 2011, com resultados apenas para o agregado do Brasil, sem dados regionais. Na comparação com maio de 2021, o transporte de passageiros cresceu 42,6% em maio de 2022, enquanto o transporte de cargas aumentou 13,7%.
Análise do IBGE
O bom desempenho do setor de serviços tem como protagonistas os setores de tecnologia da informação (TI) e transporte de cargas. Os serviços presenciais também mostram recuperação, apesar de oscilações pontuais por questões sanitárias ou até mesmo por impacto da inflação elevada. A avaliação é de Rodrigo Lobo, gerente da PMS/IBGE.
“Esse crescimento aconteceu de forma disseminada. Esse movimento de crescimento disseminado passou a ser mais comum no pós-pandemia”, disse Lobo. Tanto as atividades de caráter presencial quanto aquelas que não são presenciais mostraram taxas positivas.
Em meses anteriores havia alternância, lembrou. De fevereiro a maio, os serviços acumularam um ganho de 3,3%, apesar de ter havido ligeiro recuo de 0,1% no mês de abril. “Tem papel preponderante e protagonismo do setor de tecnologia da informação e transporte de cargas”, frisou Lobo.
Os dois segmentos foram beneficiados de alguma forma pelas características da pandemia, que trouxe algumas oportunidades de negócios, explicou o pesquisador do IBGE. O isolamento social impulsionou o comércio eletrônico e a necessidade de ferramentas para comunicação à distância, lembrou.
Lobo ressalta que, depois do choque inicial provocado pela pandemia, houve uma tendência de recuperação de atividades de serviços presenciais. Segundo ele, apesar de haver oscilações, com ocorrência de taxas negativas ao longo da série histórica, a leitura geral é de retomada dos serviços presenciais.
No entanto boa parte deles segue operando em nível abaixo do pré-pandemia, como os serviços prestados às famílias e o transporte de passageiros, exemplificou.
“Quanto maior o nível de emprego, quanto maior o nível de renda, quanto menor a inflação, mais a gente vai perceber essas atividades evoluindo positivamente”, disse Lobo. Ele lembra que a inflação tem um efeito direto sobre o desempenho dos serviços via deflator, ou seja, o aumento de preços de determinados itens, como alimentação fora de casa e passagens aéreas, reduz o resultado das empresas desses setores (como restaurantes e companhias de transporte aéreo de passageiros) quando usado como base para a transformação da receita em volume de serviços prestados.
Fonte: TribunadoNorte