A Stellantis, dona de 14 marcas, como Fiat e Peugeot, criou um programa para veículos comerciais leves de troca de motores a combustão por elétricos. A iniciativa é fruto de uma parceria feita com o Senai, a fabricante de motores elétricos Weg e a Fuel Tech, que faz módulos de gerenciamento. Assim, em vez de comprar um modelo elétrico 0-km, o transportador pode instalar o kit em seu usado.
Mas o conjunto também serve para carros novos. De início, o público alvo são os profissionais que atuam em operações urbanas de transporte e que rodam até 100 quilômetros por dia. As entregas dos primeiros veículos serão feitas agora em abril.
Segundo a Stellantis, os primeiros modelos que receberão o retrofit são um Fiat Fiorino e um Peugeot Partner Rapid. Ou seja, furgões compactos de transporte de carga. Além de deixarem de emitir poluentes, os veículos terão garantia da fábrica.
Transformação não requer ajuste estrutural
O programa começou em 2022. A Stellantis diz que o processo é simples: primeiro, remove-se o trem de força com o motor a combustão, e, depois, instala-se o kit de conversão. Este reúne um motor elétrico e um pacote de baterias. Assim, não exige mudança estrutural.
Os testes são feitos em vias públicas. Nesta fase, avalia-se o funcionamento dos veículos transformados e os dados, então, são coletados. Dessa forma, permitem à engenharia ajustar parâmetros e melhorar processos e componentes.
Experiência na Europa
Tal como contamos recentemente no Estradão, a Stellantis lançou um programa similar de retrofit na Europa. Lá, o projeto é feito em parceria com a Qinomic, empresa de soluções para mobilidade. Contudo, as vendas de comerciais leves eletrificados terão início só em 2024 e na França. Assim, somente depois chegará aos demais países da Europa.
Foco no setor de transporte
O retrofit é bem mais barato que o investimento em modelos novos e algumas empresas do setor de transporte já descobriram as vantagens desta solução. Por exemplo, desde 2021, a Eletra oferece kits para carros-fortes elétricos no Brasil em conjunto com a transportadora de valores Protege. Depois, a Eletra criou um braço de negócios que oferece o mesmo sistema para ônibus. Segundo dados da empresa, transformar um veículo usado com motor a combustão em elétrico é até 30% mais barato do que comprar um elétrico 0-km.
Fonte: Estadão