Scroll Top

Executive Program: uma imersão de 3 dias e meio nas tecnologias que estão moldando o futuro dos negócios.

O presidente da FETRANSLOG-NE, Arlan Rodrigues, presente na aula inaugural do Executive Program SEST SENAT; evento é realizado em São Paulo e segue até quarta-feira (4).

O presidente da FETRANSLOG-NE, Arlan Rodrigues, acompanhado com o Presidente Clésio Andrade e o Presidente do CRNE II, Eudo Laranjeiras e o Supervisor, Marcelo Barros, participam do Executive program realizado pelo SEST SENAT e pela Singularity University Brazil — empresa estadunidense que oferece programas de educação executiva, incubadora de empresas e serviços de consultoria empresarial segue até quarta-feira (4).

 

Boas-vindas

Na abertura do evento, o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, declarou que a mudança do transporte acontece quando se mudam as pessoas que atuam no setor.

O objetivo de estarmos aqui reunidos é pensar como queremos estar daqui a 30 anos. Este é o desafio que começamos a refletir hoje e vamos continuar na terça e na quarta-feira, para sairmos maiores, com mais vigor e com condições de continuar com a nossa missão de melhorar o transporte”, destacou.

Também foram convidados a dar as boas-vindas aos participantes: Nicole Goulart, diretora executiva Nacional do SEST SENAT; Vinicius Ladeira, diretor Adjunto do SEST SENAT; João Victor Mendes, diretor executivo do ITL (Instituto de Transporte e Logística); Eliana Costa, diretora Adjunta do ITL; e Valter Souza, diretor de Relações Institucionais da CNT (Confederação Nacional do Transporte).

Em sua fala, Nicole Goulart falou dos 30 anos de serviços prestados pelo SEST SENAT aos transportadores, aos trabalhadores do transporte, a seus familiares e à comunidade. “São mais de 181 milhões de atendimentos em saúde e em qualificação profissional. É uma honra celebrarmos juntos essas três décadas de trabalho, pois todos vocês nos ajudaram a consolidar esse patrimônio do transporte e da sociedade brasileira”, reforçou.

A abertura do evento foi comandada por Reynaldo Gama, CEO da Singularity University Brazil. Para o executivo, é uma honra formatar um evento exclusivo para o SEST SENAT receber tantos líderes do Sistema Transporte para debater inovação, tecnologia exponencial e mudança de mindset.

O Principal programa da SingularityU Brazil, tem como objetivo estimular líderes a identificarem novas oportunidades com o uso de tecnologia, a pensarem exponencialmente e a traçarem caminhos para a sua empresa, usando o conceito de moonshot e uma visão de geração de abundância e de impacto positivo.

A incerteza é uma janela para grandes oportunidades

A frase é de Jeffrey Rogers, especialista em aprendizagem e inovação, na abertura do evento traz grandes questionamentos para os participantes.

As mudanças pelas quais o mundo está passando acontecem em velocidade acelerada e, na maioria das vezes, de forma não linear
. A exponencialidade faz parte da realidade atual, especialmente quando se fala em tecnologia. Aliado ao propósito de contribuir de maneira positiva para a melhora da qualidade de vida das pessoas, o pensamento exponencial pode levar à solução de desafios globais em diversos segmentos, como o setor transportador.

Os líderes de hoje precisam resolver os problemas de amanhã”, destaca Jeffrey Rogers, especialista em aprendizagem e inovação e facilitador da Singularity University, que comandou, esse domingo (1º), a aula inaugural da primeira turma do Executive Program SEST SENAT — uma imersão sobre inovação, tecnologias exponenciais e mudança de mindset.

De acordo com Rogers, é necessário que os empresários se perguntem constantemente que contribuição deseja deixar para o seu setor e para a sociedade, buscando nessas respostas os insights necessários para transformar conhecimento em inovação e ação transformadora.

Para superar os desafios do mundo atual, é necessário que as lideranças sejam inseridas em um novo mindset. “Todos nós estaremos errados sobre o que esperamos do futuro. O quanto antes percebermos isso, melhor será para nos anteciparmos aos acontecimentos”, diz Rogers.

mobile é um exemplo de tecnologia exponencial. “Quando o iPhone foi lançado, em 2008, quem diria que essa tecnologia iria dominar o mundo?”, indaga Rogers. O especialista comenta ainda que poucas pessoas diriam que a computação móvel seria a nova tendência, mas AirBnb, Uber, Instagram e WhatsApp foram lançados após esse período exatamente porque alguns executivos tiveram a visão da economia, criaram coisas novas e diferentes e moldaram a forma como vivemos atualmente.

Jeffrey Rogers destaca que cada pessoa tem visões e expectativas de futuro diferentes. É essa diversidade que contribui para a inovação e a solução dos problemas mundiais. “Entender as tendências exponenciais nos permite fazer perguntas novas. É muito importante olhar para fora da nossa empresa e da nossa visão de futuro”, reforça o especialista, ao afirmar que são exatamente essas tendências que podem garantir o crescimento para as empresas.

O especialista ainda falou da criação de avatares/personas digitais, como Miquela Sousa (@lilmiquela), que teve sua conta lançada no Instagram em 2016 e se tornou a primeira influencer digital. A personagem, uma “brasileira-americana de 19 anos” àquela época, conta hoje com 2,7 milhões de seguidores na rede social e já fez campanhas para grandes marcas, como Prada e Vogue.

Como afirma Jeffrey Rogers, quando foi lançado, na década de 1980, o jogo de videogame Super Mario Bros. era a última novidade em personagens “reais”. Quem diria que, daquela primeira versão extremamente “pixelada”, seria possível evoluir para os avatares, chegando ao que chamamos hoje de “gêmeos digitais”, outra tendência do mundo moderno, que tem gerado muito burburinho nas redes sociais?

“Começamos a pensar em um mundo em que podemos digitalizar qualquer pessoa”, destaca. Na opinião do especialista, essa é uma tendência exponencial que pode trazer avanços significativos para as empresas em termos de inovação se elas souberem como aplicar o conhecimento para gerar soluções eficazes. Com novas ferramentas e possibilidades, afirma, será possível criar mais rapidamente novas coisas e protótipos.

Para Jeffrey Rogers, o futuro é importante demais para ficar apenas nas mãos dos futuristas ou das empresas de tecnologia. “Ao perder a janela de criação, perdemos a oportunidade de nos tornarmos líderes que moldam o futuro”, conclui.

o impacto da inovação no transporte mundial

Para David Roberts, especialista em inovação e um dos maiores nomes mundiais em disrupção de negócios, tecnologias exponenciais e liderança, é preciso que os gestores compreendam a Teoria da Inovação Disruptiva, de Clayton Christensen, para uma melhor condução do futuro dos negócios. “Nos próximos 20 anos, uma nova teoria da disrupção vai impactar o mundo mais do que qualquer outra teoria e ideia. Se você conseguir notá-la e entendê-la, ela deixará de ser uma ameaça. Se você não consegue vê-la chegar, não tem como ganhar”, destaca.

Em contrapartida, se eram raras as empresas com mais de US$ 1 bilhão de faturamento (as chamadas unicórnios), entre os anos 2011 e 2013, algo mudou drasticamente a partir de outubro desse último ano, quando esse número cresceu exponencialmente. É exatamente por isso que David Roberts sugere que os CEOs e diretores de pequenas, médias e grandes empresas precisam ter uma visão disruptiva sobre o que está acontecendo, no presente, e o que está prestes a acontecer, em um futuro a curto e médio prazos.

“O setor de transporte já sofre esse nível de disrupção e está prestes a passar por uma ainda maior. O Brasil ainda não passou por essa disrupção, mas está prestes a passar. Por isso, precisamos estar preparados e entender a teoria e a tecnologia. A teoria dá poder, porque permite que se faça a previsão sobre o que e quando ocorrerá a disrupção”, aponta David Roberts.

David Roberts explica que a invenção do carro não representa uma disrupção, segundo a teoria de Christensen, uma vez que não foi suficiente para que a inovação fosse democratizada. Nesse caso, a disrupção acontece em meados de 1917, quando os preços dos automóveis caem ao ponto de se ver mais carros nas ruas que carruagens e cavalos.

“Saber sobre disrupção e entender a teoria ajudam a perceber no que investir e a não ter medo das novidades e das mudanças”, destaca David Roberts. É exatamente isso que Elon Musk, empreendedor e empresário, entendeu e o que o fez criar a Tesla, entre outros negócios.

Roberts explica que Elon Musk entendeu a curva de crescimento do negócio e, logicamente, da inovação disruptiva. Ele sabe que, ainda que os modelos elétricos estejam acima do preço que a população padrão pode pagar, em pouco tempo será possível fabricá-los a baixo custo, barateando a sua comercialização. Quando isso acontecer, as montadoras que tiveram visão de futuro e coragem para encarar o novo dominarão o mercado. Não apenas o setor do transporte, mas especialmente o mercado de tecnologia para veículos.

“Se você pensa que está seguro, provavelmente está enganado. Todas as indústrias sofrerão disrupção. O mercado não é um bom indicador de futuro”, conclui David Roberts.

Insights sobre cibersegurança e inteligência artificial

Marcelo Pinheiro, especialista em cibersegurança, e Alexandre Nascimento, especialista em inteligência artificial, instigam a reflexão dos empresários do Sistema Transporte com alguns insights sobre essas temáticas.

– O setor de transporte será empoderado pela inteligência artificial. Com isso, as empresas precisarão tratar a informação de forma diferente.

– A cibersegurança das empresas está sendo auditada a cada segundo por atores conhecidos e desconhecidos.

– O investimento em cibersegurança precisa ser proporcional à sofisticação dos ataques utilizados atualmente pelos hackers e ao valor do negócio que se quer defender.

– As empresas precisam ter cuidado com ataques via phishing: crime cibernético popular no qual os criminosos tentam obter informações confidenciais, como senhas, números de cartão de crédito, informações bancárias ou outros dados pessoais, fingindo ser uma entidade confiável. Apesar de parecerem inofensivos, é importante lembrar que o primeiro passo de um ataque hacker é fazer o reconhecimento digital da estrutura de cibersegurança da empresa, e o phishing é a porta de entrada para essa avaliação.

A prevenção a ataques cibernéticos é feita a partir de treinamento, tecnologia, processos, ferramentas e governança. Por isso, invista em uma política de segurança da informação.

A inteligência artificial tem a capacidade de exponencializar os resultados dos negócios.

Organizações que investirem em inteligência artificial irão substituir aquelas que não utilizarem esse tipo de tecnologia para a condução de seus negócios.

A inteligência artificial, combinada com outras tecnologias exponenciais, irá redesenhar por completo o sistema de transporte atual.

Antes de tentar incluir inteligência artificial em seus negócios, os empresários devem entender o passado e presente, buscando compreender qual o nível de maturidade digital das suas empresas. Essa avaliação permite conhecer a fundo as necessidades atuais de cada negócio, para que a implantação de inteligência artificial seja possível em um futuro a curto, médio ou longo prazos.

liderança inspiradora e escuta ativa são a base para a mudança e a inovação

Carla Tieppo, neurocientista e especialista em liderança, e Thomas Brieu, pesquisador e professor de escutatória, destacam o papel da gestão para a construção de equipes criativas e de alta performance marcaram o segundo dia do evento.

Os estudos atuais sobre o comportamento humano permitem fazer importantes descobertas sobre o processo de desenvolvimento da humanidade. Essas análises formam o aspecto central das discussões sobre as novas necessidades advindas da gestão da tecnologia e da interação entre inteligência humana e artificial. É fundamental que as lideranças da atualidade entendam os processos do cérebro humano para fomentar o pensamento crítico e desenvolver o mindset de inovação em suas equipes.

Como explica Carla Tieppo, neurocientista e especialista em liderança, erroneamente as pessoas acreditam que seu poder de decisão é maior quando possuem uma grande quantidade de dados sobre determinada situação. No entanto, o grande volume de informações aumenta a análise pessoal dos seres humanos, uma vez que suas percepções também são fortemente impactadas pelos diversos vieses pessoais, pré-estabelecidos e vinculados a padrões de comportamento. “Se você é um líder, precisa entender que está sujeito a isso”, destaca a especialista.

Segundo Carla, existem quatro vieses estruturantes do comportamento humano: de afinidade; de percepção; confirmatório; e efeito de grupo. A partir deles, são formados outros 256 vieses diferentes. Essas características são usadas pelo cérebro para reduzir a quantidade de informações a partir de filtros pré-estabelecidos; atribuir significado ao correlacionar determinada situação a algo que já é conhecido ou padronizado; usar soluções já consagradas e seguras (manter o que já foi testado); e guardar o que tem relevância emocional e que ocorre com maior frequência. “A grande oportunidade de promover a disrupção no seu negócio e achar caminhos novos está em romper com esse ciclo e ouvir as pessoas que pensam diferente de você. Mas o primeiro movimento precisa ser feito pela liderança”, pondera.

“A liderança humanizada não diz respeito a afeto; diz respeito a liderar seres humanos, compreender as potências humanas e trazê-las para o jogo. Ao invés de deixar as pessoas colocarem seu melhor talento na rede social, no videogame, na série de streaming e no churrasco com os amigos, porque é lá que está a energia delas, é preciso trazer a energia das pessoas de novo para o jogo através de propósito, engajamento, storytelling. É entender realmente que o processo de validação da prática, o processo cotidiano de valências a respeito do que elas estão fazendo, é crucial para que mudem o comportamento. Isso parte da liderança, não tem como vir de baixo, porque as pessoas estão fazendo exatamente o que foi pedido”, explica Carla Tieppo.

A neurocientista reforça, ainda, a importância de as lideranças escutarem mais, entenderem o outro e trabalharem com a cultura do erro, com a diversidade e com questões (e pessoas) tidas como difíceis (por não estarem dentro de padrões) para o desenvolvimento da inovação e o crescimento dos negócios. “As pessoas não estão quebrando à toa; elas estão quebrando porque é muito difícil navegar nesse mar de incertezas em que estamos vivendo. E não é razão para um lado e emoção para o outro. É razão e emoção para a mesma direção”, conclui.

Comunicação e escutatória

Sobre o fato de utilizar a comunicação para extrair o melhor das pessoas, Thomas Brieu, pesquisador e professor de escutatória, ressalta que o primeiro passo para a escutatória ativa deve partir da liderança. Com o mundo em crescente aceleração, a tendência das pessoas é reclamar da falta de tempo para escutar o outro. No entanto, o desenvolvimento de negócios perenes não depende apenas da inclusão de novas tecnologias, é preciso que a gestão promova o trabalho e a integração entre as equipes, e isso só é possível se o ato de escutar for uma característica inerente à liderança humanizada.

“Quem ouve plenamente e ainda dá a prova da sua escuta é quem será diferenciado”, destaca Thomas Brieu. Citando Yuval Noah Harari — professor israelense e autor do best-seller internacional Sapiens: Uma breve história da humanidade —, o especialista pontua que “as pessoas florescem quando recebem atenção”. Nesse sentido, a liderança que saiba fazer com que o outro se sinta escutado tem uma grande vantagem em termos de crescimento, engajamento e inovação.

Em tempos de comunicação remota, é preciso que as lideranças entendam que a comunicação não verbal, parte importante do processo comunicativo, não é uma característica inerente aos diálogos virtuais. Como explica Thomas Brieu, o grande problema está em se expressar em um email ou em uma mensagem instantânea da mesma forma como se estivesse falando olho no olho. “A comunicação efetiva e afetiva vem de saber verbalizar em palavras o que o corpo deixa de expressar”, destaca. É esse diferencial que fará com que o outro deixe de interpretar a sua mensagem a partir de situações pré-estabelecidas que viveu naquele dia.

Thomas Brieu ainda dá a dica: utilizar perguntas abertas — tais como “o que houve?”, “o que aconteceu?” — evita que a liderança tire qualquer conclusão precipitadamente, favorecendo o diálogo. “A pergunta aberta faz o outro subir ao palco e eu o convido a me contar uma história”, reforça.

“Nós, o tempo todo, silenciamos as pessoas à nossa volta”, destaca o professor, ao afirmar que muitas vezes os indivíduos têm medo ou preguiça de falar com determinados líderes pelos padrões de comportamento, escuta e respostas que utilizam. Para Thomas Brieu, é preciso que as lideranças façam o exercício de inverter a lógica das conversas atuais — fazer 80% de perguntas fechadas e somente 20% de perguntas abertas —, investindo cada vez mais em perguntas abertas e que busquem respostas também abertas. Somente assim o diálogo efetivo será estabelecido.

O especialista destaca, ainda, que as lideranças precisam tratar as pessoas como elas gostam de ser tratadas, e não como o emissor da mensagem entende ser melhor tratá-las. Mas, para isso, é preciso que os gestores tenham coragem de perguntar aos seus liderados como eles gostam de ser tratados. “Eu posso me responsabilizar pelo impacto da minha comunicação no outro. Mas não posso responsabilizar o outro pelo impacto da comunicação dele em mim”, destaca Thomas Brieu.

Transformação digital: o que esperar para o transporte?

Inteligência artificial, robótica, impressão 3D, realidade virtual e metaverso. Empresas que não souberem navegar na nova onda digital ficarão para trás, Hod Lipson, Ricardo Cavallini e Ricardo Justus foram palestrantes do Executive Program entre o terceiro e quarto dia.

A IA (inteligência artificial) está revolucionando o relacionamento entre as empresas e seus diferentes públicos de interesse. Automação de processos, uso de assistentes virtuais e chatbots, desenvolvimento de robôs, facilidade de produção (e redefinição) de produtos em escalas menores, criação de experiências em realidade virtual. Essas são algumas das possibilidades já disponíveis no mercado para quem deseja investir em tecnologias exponenciais. E, ao que dizem os especialistas, é apenas mais uma onda desse mar de novidades.

Para Hod Lipson, especialista em inteligência artificial, robótica e fabricação digital, a IA está em todos os lugares, mas os humanos não podem percebê-la. Isso não quer dizer que ela seja apenas mais uma funcionalidade com o objetivo de automatizar processos, longe disso.

Lipson cita o caso da Amazon One, sistema em que há automação de IA na forma de cobrança de produtos em uma loja, possibilitando o pagamento pela leitura da palma da mão dos clientes, o que vai além de um recurso para facilitar a compra. Por essa tecnologia, é possível, por exemplo, coletar dados sobre hábitos de uso dos consumidores, tais como: o que quase comprou, o que não comprou, o que comprou, o que comprou e não gostou etc. Nesse caso, a tecnologia extrapola a mera contribuição para o crescimento dos negócios da Amazon — abre-se um novo mercado de coleta de dados e venda de informações segmentadas a outras empresas.

É o que também faz a Tesla, ao coletar 2 bilhões de milhas em dados de navegação de seus clientes para alimentar seu sistema e facilitar a direção de milhares de outros motoristas que usam seus carros. E a transferência de informações é simples: basta um download a cada 24 horas para que todos tenham acesso às atualizações e novidades da ferramenta.

“A inteligência artificial é invisível, assustadora e incrível ao mesmo tempo”, destaca Lipson, ao explicar que os verdadeiros ativos do mundo digital são os dados; e eles não estão disponíveis gratuitamente. “As empresas que coletam dados vão liderar a transformação digital. E as que não os têm precisarão comprá-los e seguir as regras das primeiras”, conclui.

Robótica e impressão 3D

Hod Lipson afirma que a robótica será parte crucial para a inovação e o desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócio. O especialista estima que, nos próximos dez anos, o crescimento tecnológico acontecerá em uma escala inimaginável nos dias atuais. No entanto, entender a IA e saber tirar o melhor dela será fundamental para que as empresas possam se adequar ao momento. “Você não usa a inteligência artificial para fazer a mesma coisa que você já fazia. A IA é um novo parâmetro e deve ser usada como solução para novos problema.”.

Ricardo Cavallini, especialista em fabricação digital, também reforça que a IA vai além da prototipação e da fabricação de produtos. Ao apresentar a impressão 3D, o especialista destaca que sua utilização nos negócios abre novos e gigantescos mercados: protótipos, moldes e ferramentas e produtos finais. “A impressão 3D viabiliza que qualquer pessoa possa lançar um produto e partir para um novo modelo de produção ao perceber que a escala de crescimento atingiu outro patamar”, pontua.

No que tange ao setor transportador, Ricardo Cavallini exemplifica que a impressão 3D — somada a outras tecnologias exponenciais — permitirá a fabricação de uma turbina de avião com metade do peso daquela produzida atualmente pelos métodos convencionais. Não se trata apenas de facilitar a produção, mas de testar novas soluções que contribuam para a economia de combustível, a redução de gastos e o controle de sistemas focados em sustentabilidade, por exemplo.

Realidade virtual e metaverso

De acordo com Ricardo Justus, especialista em realidade virtual, as pessoas estão passando por uma grande mudança na forma como interagem com a tecnologia (o chamado spatial computing). Mas, apesar do que fazem pensar algumas empresas, o metaverso ainda não existe de fato. Para ele, essa nova realidade digital somente será possível quando for democratizada, ou seja, quando todos os indivíduos usarem óculos de realidade virtual. “Mas estamos caminhando para esse futuro”, reforça.

Justus salienta que, ao divulgar recentemente o Apple Vision Pro (com lançamento previsto para janeiro de 2024), a empresa criada por Steve Jobs abre espaço para uma nova era, em que as tecnologias exponenciais permitem a construção de mundos e a democratização de experiências que até então estavam restritas a quem podia pagar por elas: “A realidade virtual não substitui a realidade humana, mas abre um leque de possibilidades”. Ela possibilita visitar memórias antigas, simular conversas com avatares de pessoas que não estão vivas, criar experiências síncronas e conexões que fornecem sensação de realidade.

Afinal, no que as tecnologias exponenciais afetam o setor de transporte? Elas abrem a discussão sobre as mudanças necessárias e possíveis nos modelos de negócios atuais. Mas, acima disso, permitem que sejam pensados (e implantados em um futuro próximo) novos produtos e serviços. A verdade é que a forma de consumo está mudando e as empresas precisam compreender toda essa disrupção e aproveitar o momento para se perguntar: de que forma meu negócio será afetado pelas tecnologias exponenciais? O que posso adaptar no meu negócio para que toda essa transformação se reverta em algo positivo?

Principais termos e conceitos que foram abordados no evento:

TECNOLOGIAS EXPONENCIAIS são inovações que dobram em potência ou velocidade de processamento a cada ano, enquanto seu custo se reduz pela metade.

MOONSHOT THINKING é um termo que descreve o processo de se tomar como alvo um grande desafio e conceber soluções radicais que, de outra forma, poderiam parecer ficção científica. A partir daí, pode-se então alavancar alguma validação inicial ou descoberta tangível com o objetivo de realizar num futuro não muito distante.

LEAPFROGGING – o conceito de leapfrogging (do inglês, “ultrapassar pulando etapas”) foi usado originalmente no contexto das teorias de crescimento econômico e estudos sobre organização industrial e inovação com um foco específico em competição entre as empresas. A principal questão que podemos levantar aqui é: como podemos usar as tecnologias para nos ajudar a pular etapas?

PTM O PTM (propósito transformador massivo) é uma mentalidade na qual o negócio se propõe a desenvolver soluções que impactam positivamente a vida de um grande número de pessoas. É quando as empresas visam não apenas obter lucro, mas também uma diferença positiva enquanto o fazem.

DISRUPÇÃO – o termo, originalmente cunhado por Clayton Christensen, refere-se a um processo no qual um produto começa a se tornar tão popular que cria um mercado ou substitui um mercado previamente consolidado.

Acompanhe alguns cliques durante o evento:

Fonte: Assessoria de Comunicação e imprensa da FETRANSLOG-NE com informações da NTC&logística

Este conteúdo é útil para você?