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Cibra Fertilizantes investe em fábrica no "Matopiba"

“Chegaremos a uma região estratégica”, diz Santiago Franco, CEO da Cibra

A baiana Cibra Fertilizantes, que tem como sócios os grupos americano Omimex e britânico Anglo American, deu os primeiros passos para levantar uma fábrica em São Luís do Maranhão, a menos de 10 quilômetros do porto de Itaqui.

O trabalho de terraplanagem nos 100 mil metros quadrados da área da nova misturadora começou na semana passada, e a unidade terá capacidade para fabricar 500 mil toneladas anuais de adubos à base de nitrogenados, fosfatados e potássicos – grupo de macronutrientes conhecido como NPK. O plano é concluir as obras em dezembro de 2023.

A partir da planta, que vai exigir investimentos de cerca de R$ 250 milhões, a companhia planeja atender principalmente os agricultores do “Matopiba” – área de confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a mais recente fronteira agrícola a se consolidar no Brasil.

“Ainda atendemos marginalmente essa região porque a logística não é competitiva”, afirmou Santiago Franco, CEO da Cibra, ao Valor. “Chegaremos a uma região estratégica para a importação de fertilizantes e também para a produção de grãos, que tem crescido no Matopiba acima da média do país”, disse o executivo.
Uma “pequena área” de Mato Grosso também poderá ser alvo das vendas da produção da unidade, embora a companhia esteja finalizando a construção de uma fábrica similar em Sinop (MT) ainda em 2022. “Se fosse um país, Mato Grosso seria o quarto mais importante do mundo em agricultura”, justifica Franco.

Com as duas unidades em construção, a empresa tem 13 unidades espalhadas por Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As duas plantas em obras são os primeiros greenfields (construídos do zero) da Cibra no país, e integram um plano de expansão que teve início no ano passado e prevê R$ 1,5 bilhão em investimentos até 2026. Os recursos são provenientes do caixa e do mercado de capitais.

META

Desse total, R$ 1 bilhão foram aprovados recentemente e terão como destino novas unidades e a ampliação de plantas já existentes. Franco ainda não detalha as localidades dos próximos projetos, mas adianta que a meta é dobrar a capacidade produtiva da Cibra até 2026, para 5 milhões de toneladas. Em 2021, a empresa entregou 2,05 milhões de tonelAdas de adubos e registrou receita de R$ 5 bilhões. A projeção para este ano é aumentar as vendas em 12%, para 2,3 milhões de toneladas, chegando perto de R$ 8 bilhões em faturamento.

Se concretizado o resultado previsto para 2022, o crescimento da Cibra estará na contramão do movimento setorial. Agentes de mercado esperam redução de consumo de adubos no país. A consultoria americana StoneX, por exemplo, projetou que as entregas de adubos poderão cair 7,2% neste ano, para 42,6 milhões de toneladas, em comparação a 2021. Na Cibra, a estimativa para o mercado total no Brasil é similar – a empresa espera uma redução de 5% a 8%.

Franco não detalha qual é o segredo para ampliar as vendas no atual contexto. Mas afirma que há espaço para aumentar a comercialização junto aos clientes e conquistar novos compradores. “Somos ágeis na tomada de decisões, o que nos ajuda a estar no lugar certo, na hora certa. Temos conquistado clientes por isso”.

A empresa baiana disputa mercado com gigantes do porte da americana Mosaic e da norueguesa Yara, as líderes do mercado brasileiro, com participação de 22% e 18% nas entregas em 2021, segundo cálculos da StoneX. No mesmo levantamento, a Cibra ocupa a quinta posição, com 3% do mercado no país, atrás do grupo Fertipar (10%) e da Fertilizantes Tocantin (6%), que pertence à EuroChem.

 

Fonte: Valor econômico

 

 

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