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Óculos que detecta fadiga ou sono no motorista promete reduzir acidentes

Tecnologia detecta sinais de sonolência e envia alerta para uma central até 20 minutos antes que o motorista pegue no sono e cause um acidente

Um estudo recente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) apontou que 42% dos acidentes de trânsito estão relacionados ao sono. Além disso, 18% ocorrem por fadiga. Diante dessa realidade, tecnologias que ajudam a evitar esse tipo de situação são bem-vindas. E a empresa australiana Optalert, que atua no Brasil desde 2015, desenvolveu um óculos que detecta cansaço.

O equipamento permite monitorar a condição do condutor por todo o trajeto. Assim, faz a medição de fadiga em tempo real. Ao perceber sonolência no motorista, uma central de monitoramento recebe um alerta. O diagnóstico é feito de 15 a 20 minutos antes que o condutor pegue no sono. Ou cause um acidente por fadiga e desatenção, por exemplo.

Seja como for, os óculos se conectam a um tablet por cabo ou via Bluetooth. E operam por meio de dois sensores. Os equipamentos ficam ligados a uma sala de controle que monitora o motorista via Wi-Fi. Dessa forma, gera dados relevantes que ajudam na gestão da operação. Bem como auxiliam na segurança e ajudam a aumentar a produtividade.

Caminhões fora de estrada

No Brasil, a tecnologia está disponível para operações dentro de mineradoras. É o caso da Usiminas. Os óculos fazem parte da operação de minas. E elas estão localizadas na região de Itatiaiuçu, a 100 km de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Assim, 114 motoristas de caminhões fora-de-estrada utilizam o óculos. Segundo levantamento, de agosto de 2020 a agosto de 2021, não houve acidentes causados por sono ou fadiga em nenhuma das minas da Usiminas. Foram analisadas 80 mil horas de trabalho durante 365 dias.

Além de prevenir acidentes, a tecnologia traz uma mudança cultural. Isso porque houve redução de 72% na frequência de alertas de sonolência entre os motoristas de caminhões fora-de-estrada. A conclusão é de que estes profissionais estão mais cuidadosos com as horas de descanso.

“Quando fomos buscar alternativas no mercado, não havia ainda veículos com essa capacidade disponíveis. Mesmo porque nossas marcas ainda estão desenvolvendo a eletromobilidade nos mercados Europeus. Entretanto, a indústria chinesa está mais à frente. Por essa razão conseguiu nos atender rapidamente”, explica Pagano.

Elétrico para puxar bitrem

Seja como for, a atuação do caminhão da CAMC na rota da Bracell vem chamado a atenção de outros fabricantes. Nesse sentido, Pagano já estuda colocar em breve na operação um caminhão elétrico de maior capacidade. Ou seja, capaz de puxar um bitrem. Por isso, já conversas com montadoras.

Isso porque o volume de celulose transportado pela Bracell é muito grande. Por ano, em média são 3 milhões de toneladas. Razão pela qual a frota de caminhões com motor térmico puxa bitrem e rodotrem.

Menos emissão na operação

A Bracell tem a estimativa de deixar de emitir por ano 132 mil quilos de apenas com o CAMC. Vale mencionar, que o veículo já roda na frota desde janeiro. Por essa razão, a empresa quer também avaliar disponibilidade do veículo elétrico frente à frota com motor térmico.

Por ora, Alberto Pagano diz que o caminhão apesar de transportar uma quantidade menor de mercadoria frente aos demais da frota, entrega a mesma performance.

Nesse sentido, para alimentar a energia do CAMC, a indústria utiliza energia própria, de origem 100% renovável. Ou seja, à base de subprodutos da madeira. Como biomassa de eucalipto, sua principal matéria-prima para a produção da celulose. Aliás, essa mesma energia sustenta a produção fabril. Por tudo isso, a Bracell quer renovar a frota com veículos elétricos. E projeta a compra de pelo menos 30 unidades nos próximos anos.

Nesse sentido, a empresa também deve avaliar o Volvo FM Eletric apresentado na Fenatran 2022. Afinal, a companhia já conta com caminhões da Volvo na operação. Porém, com motores a combustão.

Fonte: Estadão

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