O volume de fretes rodoviários com origem no Rio Grande do Norte aumentou 62,26% no ano passado em relação ao registrado no ano de 2020. Foi a décima maior alta entre os 27 estados brasileiros. De acordo com dados da 6ª edição do “Relatório FreteBras – O Transporte Rodoviário de Cargas”, o RN registrou, em 2021, 161.588 fretes na plataforma, ante os 99.581 registrados em 2020. O total de fretes do RN representa 2% das transações pela plataforma FreteBras. No Brasil, o crescimento foi de 37,6% entre 2020 e 2021. Ante 2019, o aumento foi ainda maior: 123,6%.
No Estado, os fretes agropecuários têm representatividade de 87% do total. “Sabemos que isso é justificado pelos fretes de sal marinho, pois as empresas que publicam o produto, o classificam na categoria de agropecuários, em nossa plataforma”, afirma fonte da ForteBras. Ano passado, a plataforma registrou, em todo o País, 8 milhões de fretes (12,7% do Produto Interno Brasileiro) e cerca de R$ 63 bilhões distribuídos nas cargas movimentadas. No RN, os fretes movimentaram R$ 1,3 bilhão.Segundo análise da FreteBras, o forte movimento de digitalização dos fretes impulsionou o crescimento de transações na plataforma FreteBras, o que tem ajudado empresas a reduzirem os custos do transporte em até 23%, atacando novos mercados e conseguindo mais agilidade nos processos.
Segundo a pesquisa, o ano de 2021 foi marcado por diversos desafios, pautados principalmente pelo cenário político-econômico interno e agravado pelas incertezas da pandemia. A inflação superou os dois dígitos, chegando a 10,06%, o que provocou uma resposta direta do Banco Central. A taxa Selic aumentou sete vezes, passando de 2% para 9,25% em um ano.
“Grande parte desta alta da inflação é puxada pelo preço do combustível, um dos maiores vilões do transporte rodoviário de cargas, sendo que o aumento no diesel superou os 48% em 2021. Porém, percebemos que o mercado de fretes rodoviários não parou, com demandas cada vez maiores, fazendo com que houvesse esse crescimento de mais de 37% em nossa plataforma”, destaca o diretor de Operações da FreteBras, Bruno Hacad. Na comparação com 2019, foi registrado um aumento de 123,6% no volume de fretes.
As regiões Sul e Sudeste puxaram o crescimento durante o ano todo. No Sul, o aumento no volume de fretes foi de 38,7%, enquanto no Sudeste, o volume subiu 27,8%. Isso ocorreu devido ao grande número de fretes cadastrados nestas regiões, demonstrando a alta representatividade que ambas têm no total de carregamentos registrados na plataforma.
A pandemia acelerou a digitalização de vários setores e impactou, principalmente, as micro e pequenas empresas que tiveram dificuldades para suportar as mudanças impostas pela nova normalidade. No segmento de Transportes e Logística, entretanto, a situação foi diferente. Essa transformação impactou positivamente no aumento do volume de fretes em 2021.
Na plataforma da FreteBras, houve um crescimento de 62% de novos cadastros de micro e pequenas empresas na comparação com 2020, que por não terem o empecilho de uma frota própria, conseguiram se adaptar rapidamente ao digitalizar os fretes.
“O ano passado marcou uma intensa transformação que foi iniciada em 2020. Isso afetou diversas empresas, que se viram obrigadas a buscar soluções digitais, como a nossa plataforma, para expandir os seus mercados e localidades, além de economizar tempo e gastos. As micro e pequenas empresas tiveram maior facilidade de se adaptar a esse novo cenário, em função de seu tamanho e menor investimento em ativos imobilizados, como frotas próprias. Com isso, todo esse movimento refletiu diretamente em nosso relatório, já que o crescimento de novos cadastros dessas empresas foi bastante expressivo, ajudando a movimentar ainda mais o mercado de fretes”, acredita Hacad.
Agronegócio responde por 36,6% das cargas
O estudo da FreteBras analisa três grandes setores, que representam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil: o agronegócio, a indústria e a construção. O agronegócio puxou a oferta de fretes no período, com 36,6% das cargas registradas na plataforma da FreteBras e cerca de R$ 23 bilhões em fretes distribuídos.
Os estados mais significativos para o desempenho do segmento foram São Paulo (15%), Rio Grande do Sul (14,7%), Paraná (13,5%) e Minas Gerais (10,6%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (31,5%), milho (10,9%) e soja (9,2%). Na comparação entre 2020 e 2021, os fretes do agronegócio aumentaram 46,9%.
Logo em seguida estão os produtos industrializados, que originaram 28,2% dos fretes anunciados na FreteBras em 2021. Os itens mais transportados no período foram os alimentícios (19%), seguidos por máquinas e equipamentos (11,3%) e siderúrgicos (10%). Os estados de maior destaque no desempenho do segmento foram São Paulo (29,7%), Paraná (13,9%) e Minas Gerais (10,8%). Na comparação com 2020, o setor teve crescimento de 31,1% no volume de transportes em 2021.
Já os fretes de insumos para construção representam 12,4% das cargas registradas na FreteBras no ano passado. Os produtos mais transportados foram cimento (38,4%), telha (7%) e pisos (6%). Em relação a 2020, houve crescimento de 44,5% no volume de fretes da categoria e os estados que mais carregaram insumos no setor foram Minas Gerais (46,3%), São Paulo (14,4%) e Paraná (6,7%).
Fonte: Tribuna do Norte