Meio de locomoção de cargas predominante no Brasil, o transporte rodoviário exerce influência direta no preço de praticamente todos os produtos no País. Apesar das fortes altas no valor do diesel estarem pressionando atualizações mais constantes, a tabela de frete segue defasada e prejudicando os resultados do setor logístico.
O diretor da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste (FETRANSLOG-NE) e presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Ceará (SETCARCE), Marcelo de Holanda Maranhão, revela que a frequência de atualização da tabela foi reduzida, mas segue insuficiente.
Tendo em vista que o combustível representa de 40% a 50% dos custos de operação do segmento, a regulação previa, que a cada 10% de elevação no preço do diesel, o piso fosse revisto. Esse gatilho caiu para 5% de reajuste no preço do combustível, provocando duas atualizações somente este ano.
“Realmente, se faz necessário realinhamento do frete rodoviário, haja vista não só o aumento do preço do diesel, mas o fim do crédito do Pis/Confins”, afirma.
Desde o dia 17 de maio, o setor logístico deixou de contar o crédito relativo ao pagamento do Pis/Confins. Maranhão esclarece que as empresas pagam uma alíquota de 9,5% desses tributos em cima do valor do frete. A operação, no entanto, gerava crédito que era utilizado como desconto na compra de combustível.
“Essa medida que suspende o crédito do Pis/Cofins deve onerar ainda mais o custo do combustível, em torno de 9,5%. Então, o frete também está sendo onerado, colocando pressão também por realinhamento do valor do frete”
MARCELO DE HOLANDA MARANHÃODiretor da FETRANSLOG-NE e Presidente do Setcarce
REDUÇÃO DE IMPACTOS
Ainda pontua a importância de serem pensados novas políticas de preço do diesel no Brasil, para que o setor logístico consiga operar de forma mais consistente.
Ele também revela que alguns modelos foram discutidos durante o Seminário Brasileiro do Transporte de Carga, realizado na quarta-feira (1º). As ideias serão levadas para debate com os agentes econômicos envolvidos, como o Governo Federal, os Estados, e o meio produtivo, para chegar à melhor alternativa.
“O que nós, transportadores, precisamos é de uma política de preços mais consistente, que dê mais segurança, haja vista que amanhã não sabemos qual vai ser o valor do diesel”, destaca Maranhão.
Fonte: Adaptado do Diário do Nordeste