Os investimentos do governo federal no setor de transportes encerraram 2020 no patamar mais baixo em 15 anos, mostra um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
No ano passado, os investimentos federais somaram R$ 8,3 bilhões em transportes, uma queda de 4% na comparação com 2019.
O levantamento da CNI foi feito com base em dados nos recursos investidos pelo Ministério da Infraestrutura, pela Infraero e pelas companhias das docas federais, estatais responsáveis pela administração de parte dos portos públicos do país. Os valores já foram corrigidos pela inflação.
Com uma severa restrição fiscal, o país observa uma queda dos investimentos em transportes desde 2017, segundo a CNI. Nos últimos 20 anos, o maior montante investido foi em 2010 (R$ 24,3 bilhões).
Apesar da queda do investimento, o levantamento da CNI destaca que os órgãos do governo estão conseguindo executar boa parte do orçamento liberado pela União. No ano passado, os R$ 8,3 bilhões investidos corresponderam a 85% do orçamento autorizado.
“É notável ver o ritmo de execução orçamentária que a pasta vem experimentando nos últimos anos. Ela tem conseguido executar praticamente todos os recursos que são disponibilizados para investimentos”, afirma Matheus.
Em 2018, por exemplo, os R$ 10,5 bilhões investidos equivalem a 100% do orçamento autorizado.
Agenda de reformas e concessões
Para acelerar o investimento no setor de transportes, a CNI destaca que o país tem de avançar na agenda de reformas – com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios do país – e no processo de concessão e privatização.
Até 2022, segundo a entidade, as previsões de transferências de ativos para a iniciativa privada incluem:
Aeroportos: 22 concessões da Infraero na 6ª rodada em 2021, 20 concessões na 7ª rodada em 2022 e 4 alienações de participação da Infraero (Guarulhos, Galeão, Confins e Brasília);
Portos: 21 arrendamentos de áreas e terminais portuários e 5 privatizações de portos organizados (Vitória/ES, Barra do Riacho/ES, Santos/SP, São Sebastião/SP e Itajaí/SC);
Ferrovias: Três concessões (Ferrogão e FIOL – trechos 1 e 2); e
Rodovias: 12 concessões de trechos rodoviários (11,3 mil km).
Fonte: ABOL